Você
acredita que pode desenvolver uma qualidade que não tem? Ou você acredita que
essencialmente cada um de nós tem os potenciais que foram desenvolvidos entre a
infância e adolescência e que se petrificaram na nossa personalidade? Acredito
que certas qualidades são praticáveis. Por exemplo, paciência. Dê um google ai
e veja que existe métodos e formas de desenvolver a paciência. Essa é uma
qualidade não polêmica que quase todos somos forçados a praticar em algum
momento na vida. Seja aguentar firme ou outros, ou para esperar a passagem do
tempo, a paciência é necessária. Mas e a aceitação? Você aceita ser um soropositivo?
Você aceita estar em tratamento? Você aceita que as coisas não vão ser boas em
alguns momentos? O problema é que a capacidade de aceitar as intempéries da
vida muitas vezes é associada
injustamente àquele estado que certas pessoas se encontram entregues às doenças
e acabam sucumbindo. Aceitar não é não reagir. Aceitar não é não ter fé.
Aceitar não é desistir de lutar. Aceitar é encarar a realidade da forma como é
percebida coletivamente. É uma precondição para reação, por exemplo. Não
adianta disfarçar , fingir que não é com você. É necessário aceitar sua nova
condição. E isso é muito difícil, pois as vezes a gente se acha não merecedor
da situação. Não existe nada do tipo. Paciência, aceitação e resiliência. Essa
última capacidade de vergar e não quebrar
ao vento forte. São qualidades
passivas, desvalorizadas no mundo da pro-atividade. Queremos tudo no momento agora. Queremos tudo
do nosso jeito. Queremos sair nas ruas e quebrar tudo por justiça. E
independente do que o futuro nos espera, o fato é que o presente não nos dará
todas as respostas, temos mais limites do que liberdades e as vezes a única
saída é o perdão. E isso não tem nada a ver com nos amansar e diminuir. É estratégia
e alimento para alma.
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