sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Jejum Intermitente - 2 anos

Sim, ainda continuo fazendo o Jejum Intermitente. Depois que passei a tomar a nova droga (Dolutegravir) ficou um pouco mais difícil fazer o jejum de 14 horas por conta da diminuição do enjôo matinal. Antes eu acordava pensando em qualquer coisa menos comer. Agora, acordo querendo meu café da manhã. Esse tem sido um fato desanimador. Os efeitos estéticos também foram influenciados pela nova droga. Então não consigo mais delimitar o que é efeito do bem estar provocado pelo Dolutegravir e o que é pela continuação do jejum. Acredito que a droga tenha maior peso, pois a mudança estética assim que comecei o novo protocolo foi muito mais acentuada do que o que vinha acontecendo com o Jejum. De dois meses para cá, estabilizei o meio peso e porcentagem de gordura. Estou mais satisfeito com meu corpo do que nunca. Agora me sinto mais confiante para abandonar o Jejum e começar outra forma de alimentação. Ainda vigiando o consumo de carboidratos e gordura.

5 anos de tratamento

Cinco anos se passaram. Da confirmação do diagnóstico, cheia de medos e angústias, para a vida de hoje, cheia de esperanças, foram longos períodos lutando contra depressão e tentando me ajustar aos medicamentos, a rotina de monitoria das condições de saúde. Ao mesmo tempo, tentando entender o que é viver com essa infecção pelo tempo que terei que viver. Como me relacionar com as pessoas. Como manter a privacidade. Hoje, quase todos sabem da minha soropositividade. Amigos foram sabendo pela indiscrição de amigos. Familiares foram descobrindo pelo acaso e espalhando a notícia. Aprendi a superar a vergonha desse sentimento. Ser o cara com HIV da turma, da família. Aprendi a estabelecer relações saudável com quem não consegue superar o preconceito. A última grande mudança foi o advento do Dolutegravir. A droga mais nova de combate ao HIV. Foi iniciar o tratamento para que vários efeitos colaterais começassem a desaparecer. Velhos amigos como o enjôo matinal, fogachos noturnos e coceiras fora de hora deram lugar a um bem estar novo e prazeiroso. Também retomei ao corpo pré-HIV com o mesmo volume muscular e aspecto saudável. É um alívio sair sem ouvir o "nossa, você emagreceu". Boa parte desse retorno físico deve-se a aumento da disposição que também está ligado a essa nova droga. Continuo indetectável, mas agora com mais vontade de viver e mais feliz. Se por acaso, você chegar a esse blog, minha mensagem é que, uma vez que você tenha o HIV, inicie o tratamento o quanto antes, vale a pena. Tudo vai dar certo.