O que a
ciência diz sobre uma possível cura para a infecção por HIV? Depende. Os cientistas mais renomados têm uma visão
realista sobre o assunto. Eles dizem que estamos em uma contagem regressiva
para a cura. Óbvio! Mas são reticentes quanto a possibilidade de encontrar uma
forma de vacina em médio prazo. Existe a possibilidade de surgir algo novo em
até 5 anos. Sim, existe. Mas seria algo que surpreenderia e teria provavelmente
um longo caminho para chegar à população como vacina ou tratamento. Isso não significa
que não possa acontecer uma exceção. Isso não significa que em dezembro não
possamos ser surpreendidos com uma descoberta magnífica. Mas não está no
roteiro. O meio acadêmico sério possui mais ou menos o conhecimento das
diversas linhas de pesquisa de uma cura por meio de congressos, publicações e o
famoso boca a boca. Então, o jovem cientista de uma renomada universidade do
Brasil sabe ou tem ideia o que um renomado cientista está pesquisando em uma
jovem universidade na Holanda. Porém devemos ver que a comunidade científica de
ponta também trabalha com a competição e com o sigilo necessário. Esses são
fatores a favor de uma descoberta menos esperada. Pois por mais altruísta que
seja o cientista ele não vai colocar todas as cartas na mesa e perder a chance
de ser o descobridor da cura para AIDS. Imagine. Fama instantânea e prêmios
milionários em seu caminho. Mas assim
funciona o meio acadêmico sério. Do qual fazem parte os chamados cientistas
sérios que seguem as cartilhas de segurança e regras internacionais para os
seus procedimentos. Existe padrão para uma pesquisa passar de exclusivamente de
laboratório, para cobaias e para então
seres humanos. O rigor ainda cresce de país para país. O que é imprescindível
nos EUA, talvez não seja na Rússia. O que é vigiado na França, talvez corra
solto na China. Em certos países, há uma tolerância com instituições de
pesquisa que não seguem a cartilha da ética, por exemplo. Queremos uma cura
assim? Não. Pode acontecer? A história da humanidade está ai para certificar
que o desenvolvimento científico as vezes se deu em cima de muita atrocidade.
Há ainda outro fator que pode contribuir para a surpresa. O acaso ou
coincidência. A história da humanidade também tem vários exemplos de
descobertas incentivadas pelo acaso. Um método aplicado errado que dá certo.
Uma substância extraída da natureza. Um fator genético descoberto em uma
pesquisa não relacionada ao HIV. Todos esses fatores se relacionam e estão por
ai há produzir resultados. O próprio conceito de cura é revisto de tempos em
tempos. Por exemplo, tomar uma pílula ou injeção por mês para deixar o HIV
indetectável no sangue teria um impacto grande para toda a população em
tratamento. Amanhã pode ser descoberta uma erva amazônica que previne 99,99% a
chance de infecção. Ou até mesmo o tratamento ser incentivado para a população
em geral, reduzindo drasticamente novas infecções. Esses três exemplos vem
sendo estudados como medidas em busca de uma cura. Certas doenças desapareceram
simplesmente por medida de higiene e controle de nova infecções. O não exclui a
possibilidade de encontrarem uma cura da forma que todos esperam. Uma gota, pílula
ou injeção e adeus HIV. A favor disso também há o avanço tecnológico. Daqui a
cinco anos, nosso cientistas serão capazes de fazer coisas que os de hoje só
sonham e que os de cinco anos atrás nem imaginavam. Nosso papel nessa corrida é
nos manter o mais saudáveis possível e continuar a viver com qualidade. Estar
pronto para cura será tão importante quanto tê-la. É preferível que cheguemos
lá em nosso melhor possível e tendo nos ocupado da busca de uma vida feliz.
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