segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Mais evidências da mudança hormonal durante o jejum?

Pensei bem antes de postar isso, pois queria manter uma certa razoabilidade científica nesse comentários sobre o jejum intermitente em HIV positivo, mas posso assegurar algumas evidências fortes o suficiente sobre o efeito da restrição de alimentos na minha fisiologia. Vamos a elas:

Pele - já mencionei que minha pele está visivelmente melhor. Mais hidratada, firme e com aspecto menos envelhecido. Desde meu início do tratamento já tive momentos de beber muita água e me alimentar bem nos quais os resultados não eram tão visíveis. Outro ponto para mencionar é que a flacidez comum do emagrecimento rápido não apareceu. Talvez seja pelo franco aumento da massa magra que ocupa certo lugar que era da gordura. Além disso, espinhas e pêlos encravados são rapidamente expelidos pelo corpo. O tempo da inflamação é menor. Tive um surgimento de uma ou outra espinha que entre dois dias chegaram ao ponto de estourar. E a cicatrização tem sido muito rápida também. Essa espinhas também sugerem alguma mudança hormonal, uma vez que não é comum em meu corpo. Saliento que foram pontuais e se curaram rapidamente.

Aftas - Como sabem desde da infecção tenho aftas frequentes. Pois bem, ela não aparecem desde do começo do jejum. Acrescento que machuquei a boca ao morder a língua e onde teriam chance de 100% de aparecerem aftas não apareceu nenhum. Novamente a cicatrização foi rápida.

Libido - estou acordando com ereção mais frequentemente e me pego pensando e sexo mais vezes também. Arriscaria dizer que o esperma está mais volumosos, mas pode ser impressão. De qualquer maneira, a libido aumentou bastante e notada por outras pessoas.

Resistência ao álcool - apesar de diminuir o álcool (uma vez por semana), não consegui parar totalmente. Tenho sentido que fico melhor bebendo e o dia seguinte com menos ou nenhuma ressaca.

Enjôos - Os enjoos diminuíram. Talvez seja o acordar com estômago vazio ou algo mais. Mas a sensação ruim não acorda mais comigo, mesmo quando bebo álcool que antes me fazia ficar bem enjoado.

Bom humor - tenho estado mais bem humorado, principalmente nas manhã (mesmo em jejum), o que é incrível.

Mais disposição para atividades físicas - tenho treinado mais frequentemente e mais intensamente. Cheguei a treinar em jejum com bom desempenho. É claro que presto muito atenção aos sinais do corpo para saber se devo ou não ir para academia de estômago vazio. Por enquanto, tudo bem.

É isso aí...



sábado, 28 de janeiro de 2017

Mais dez dias de Jejum Intermitente em HIV Positivo: Tudo indo muito bem.

Outra vantagem de fazer jejum intermitente é conseguir controlar melhor minha adesão aos medicamentos. Hora de começar o jejum é igual a hora de tomar meu meu três em um. Desculpe pela rima. Mas tem sido bom ter esse reforço de lembrança. Não que eu tenha sido relapso com a medicação. Em mais de 3 anos de tratamento, basicamente perdi um noite aqui ou outra ali, e sempre me mantive indetectável.

O Jejum deve auxiliar na concentração do medicamento em meu sangue também. Isso é um pensamento totalmente intuitivo, uma vez que menos alimento, menos digestão, é um sangue mais concentrado. Acredito.

Tenho notado que alguns sintomas ligados à medicação também foram amenizados. Seria incrível coincidência que após vários meses de tratamento, o medicamento se acomodasse em meu corpo durante o jejum.

Ontem, pela primeira vez estiquei a janela de alimentação por conta de uma pequena comemoração com amigos. O que me fará jogar a primeira refeição para frente também. E isso ocasionou a volta da sensação de fome. Mas nada que me incomode ao ponto de pular um dia. Vou em frente ao final de tarde e hoje terei apenas uma refeição.

Vamos ao corpo. Acredito que porcentual de gordura estacionou visivelmente. Não senti uma diferença do meu corpo de dez dias atrás para hoje. Mas perdi um centímetro da circunferência abdominal e mantive os centímetros dos braços e pernas. Evidencia um emagrecimento associado a manutenção da massa magra. Ou estou enganado?

De qualquer maneira, os efeito gerais para minha saúde não poderiam ser mais benéficos. Estou mais bem disposto, mais concentrado, minha pele está com um aspecto melhor e como eu disse os efeitos colaterais que restaram da medicação atenuaram.

Vamos então completar o primeiro mês e veremos com mais clareza o que significa esse jejum. Falei vamos, pois vou acompanhar com vocês, leitores, os resultados. Meu outro amigo também desistiu do jejum por não conseguir se adaptar as longas horas sem alimentação.


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

12 dias: Jejum Intermitente em HIV Positivo

Comecei o Jejum Intermitente no dia 5 de janeiro de 2017, hoje é dia 17 de janeiro de 2017. Ou seja, lá se vão os primeiros 12 dias.  

Tenho seguido o protocolo 16:8, ou seja, 16 horas diárias em jejum, 8 horas de janela de alimentação. 

Busco comer mais proteína do que o que comeria normalmente, evito açúcar e gorduras. A proporção de proteína na alimentação vai diminuindo nas oito horas de uma refeição predominantemente proteica ao quebrar o jejum até uma refeição normal e saudável cerca de uma hora antes de dormir. 

Eu tenho tomado a medicação 3 em 1: Efavirenz, Tenofovir e Lamivudina. Meus CD4 estão em níveis normais e estou indetectável desde o começo do tratamento. 

Vamos à avaliação. Primeiro, olhando no espelho logo na primeira semana é possível ver algum resultado, você simplesmente interrompe o processo de engorda e começa a perder volume. Para alguém que já emagreceu muito por conta da infecção do HIV, pode ser um momento de atenção, mas diferentemente do emagrecimento no momento crítico de manifestação da doença, esse parece ser mais controlado. Quero dizer, acontece nos lugares certos e na proporção certa. Nada de sulcos no rosto, olheiras profundas e afinamento de braço. O efeito parece ser maior na gordura abdominal. 

Meu médico continua reticente quanto ao jejum. Preocupado ele me passou uma bateria de exames para ter certeza que eu não estou mexendo no delicado equilíbrio formado no meu corpo com o medicamento. Principalmente por certas manifestações fisiológicas que acontecem na primeira semana. 

Nos primeiros dias, notei uma mudança no meu sistema digestivo. Houve um princípio de diarréia que foi substituído por um ciclo mais previsível. Fezes menores, horários definidos para defecar (geralmente na parte da manhã) acompanhadas de uma certa urgência, mas nada demais. 

Não senti fraqueza, nem mesmo fome desmedida. Com exceção do horário de quebra do jejum, no qual eu comeria até barro se estivesse em minha frente. O que é bom para manter uma alimentação saudável, pois aquele frango com saladinha se torna 1000 vezes mais apetitoso. Pode ser um efeito psicológico, mas diminuiu a minha ânsia por comer porcarias gordurosas e doces. Consigo controlar muito mais meus impulsos alimentares. 

Na avaliação da balança e do adipômetro, perdi cerca de 1 KG e cerca de 3% do porcentual de gordura, o que indica uma manutenção da massa magra e perda de gordura.

Os resultados não foram só percebidos por mim, amigos e familiares também notaram de forma discreta alguma mudança. Dois amigos HIV positivos resolveram tentar a dieta. Um deles já desistiu nos primeiros dias por se sentir fraco e ter medo de algum efeito ruim no tratamento. O outro segue firme, mas ainda incrédulo dos benefícios. 

Apenas de forma ilustrativa, coloco um exemplo de como sinto que meu corpo mudou nesses dias - considerando que tenho menos gordura que o rapaz da foto.





 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Jejum Intermitente para HIV Positivo



Antes de mais nada: FELIZ 2017.

Como vêem fiquei muito tempo sem escrever, mas por excesso de trabalho e amor. Então, são boas notícias. 

Nesse período, minha saúde melhorou, mas para isso, além da adesão completa ao tratamento, também passei a consumir menos álcool e ter comportamentos abusivos. Continuo com uma boa rede de amigos portadores de HIV com quem me relaciono, saio de noite e principalmente posso dividir os cotidianos da doença. 

Atualmente, estou em um relacionamento sorodiscordante com um homem da mesma idade e consciente do relacionamento com uma pessoa HIV+. Ele me apoia e entende minhas limitações, mas também temos nossas briguinhas e conflitos que torna o relacionamento mais saudável e real. 

Acho que nesse período o único problema foi um aumento de peso considerável associado a um aspecto envelhecido. Mas, vejam bem, não sou jovem, não posso querer aparentar 20 e poucos anos. Ao mesmo tempo tenho consciência do efeito do vírus e da medicação no meu aspecto. É visível em mim, e em meus colegas e amigos HIV+.

Como sou vaidosos, sempre procurei alternativas para melhorar meus aspecto sem negligenciar minha saúde. O aumento de peso também tem o lado bom de mostrar uma pessoa mais saudável, mas o lado ruim de perder a definição do corpo. Por esses motivos, decidi aderir ao jejum intermitente. Para quem não conhece é simplesmente aumentar o período sem se alimentar por algumas horas. Estou fazendo o protocolo diário de 16 horas sem comida e 8 me alimentando saudavelmente e normalmente, ou seja, sem "tirar o atraso". 

Parece loucura para um portador do HIV promover uma dieta dessas, mas pesquisas tem demonstrado que o jejum intermitente favorece a imunidade, desintoxicação, melhora os níveis de energia, sono, saúde mental e prevenção de doenças. Dê um google em artigos científicos e relacionados

Os resultados têm sido positivos. Tenho sentido menos os efeitos colaterais da medicação. Emagreci quatro quilos sem perder massa magra significativa. Tenho acompanhado a dieta com minha rotina de exercício. Vou seguir esse protocolo até voltar com o meu peso normal e continuar com uma reeducação alimentar. 

O meu medo ao começar essa dieta é a absoluta falta de dados sobre o efeito do jejum intermitente em portadores do HIV. Então espero contribuir para que quem procura informações sobre isso, pelo menos compare com meus resultados. 

Meu conselho é que você fale com um nutricionista para amenizar os efeitos negativos da adaptação. E também avise seu médico. Vamos ver qual o resultado em alguns meses.