terça-feira, 17 de janeiro de 2017

12 dias: Jejum Intermitente em HIV Positivo

Comecei o Jejum Intermitente no dia 5 de janeiro de 2017, hoje é dia 17 de janeiro de 2017. Ou seja, lá se vão os primeiros 12 dias.  

Tenho seguido o protocolo 16:8, ou seja, 16 horas diárias em jejum, 8 horas de janela de alimentação. 

Busco comer mais proteína do que o que comeria normalmente, evito açúcar e gorduras. A proporção de proteína na alimentação vai diminuindo nas oito horas de uma refeição predominantemente proteica ao quebrar o jejum até uma refeição normal e saudável cerca de uma hora antes de dormir. 

Eu tenho tomado a medicação 3 em 1: Efavirenz, Tenofovir e Lamivudina. Meus CD4 estão em níveis normais e estou indetectável desde o começo do tratamento. 

Vamos à avaliação. Primeiro, olhando no espelho logo na primeira semana é possível ver algum resultado, você simplesmente interrompe o processo de engorda e começa a perder volume. Para alguém que já emagreceu muito por conta da infecção do HIV, pode ser um momento de atenção, mas diferentemente do emagrecimento no momento crítico de manifestação da doença, esse parece ser mais controlado. Quero dizer, acontece nos lugares certos e na proporção certa. Nada de sulcos no rosto, olheiras profundas e afinamento de braço. O efeito parece ser maior na gordura abdominal. 

Meu médico continua reticente quanto ao jejum. Preocupado ele me passou uma bateria de exames para ter certeza que eu não estou mexendo no delicado equilíbrio formado no meu corpo com o medicamento. Principalmente por certas manifestações fisiológicas que acontecem na primeira semana. 

Nos primeiros dias, notei uma mudança no meu sistema digestivo. Houve um princípio de diarréia que foi substituído por um ciclo mais previsível. Fezes menores, horários definidos para defecar (geralmente na parte da manhã) acompanhadas de uma certa urgência, mas nada demais. 

Não senti fraqueza, nem mesmo fome desmedida. Com exceção do horário de quebra do jejum, no qual eu comeria até barro se estivesse em minha frente. O que é bom para manter uma alimentação saudável, pois aquele frango com saladinha se torna 1000 vezes mais apetitoso. Pode ser um efeito psicológico, mas diminuiu a minha ânsia por comer porcarias gordurosas e doces. Consigo controlar muito mais meus impulsos alimentares. 

Na avaliação da balança e do adipômetro, perdi cerca de 1 KG e cerca de 3% do porcentual de gordura, o que indica uma manutenção da massa magra e perda de gordura.

Os resultados não foram só percebidos por mim, amigos e familiares também notaram de forma discreta alguma mudança. Dois amigos HIV positivos resolveram tentar a dieta. Um deles já desistiu nos primeiros dias por se sentir fraco e ter medo de algum efeito ruim no tratamento. O outro segue firme, mas ainda incrédulo dos benefícios. 

Apenas de forma ilustrativa, coloco um exemplo de como sinto que meu corpo mudou nesses dias - considerando que tenho menos gordura que o rapaz da foto.





 

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