sábado, 21 de novembro de 2015

HIV Positivo na Mídia

Estamos chegando naquela época do ano que todos falarão sobre HIV , AIDS e outras DSTs. A véspera do Dia Internacional do Combate a AIDS faz as TVs mostrarem filmes sobre portadores de HIV, vira pauta de todos telejornais e ainda tema de entrevistas e programas de auditório. Muita coisa útil será dita, muita coisa inútil, mas principalmente muito espetáculo. Ainda mais com a recente "saída do armário" do Charlie Sheen.
Tenho evitado assistir filmes sobre HIV positivo e temas relacionados. Não assisti nem Clube de Compra Dallas com Matthew McConaughey, nem o Boa Sorte com a Deborah Secco. Em algumas vezes eu não consigo evitar por ser surpreendido por um personagem que é revelado como HIV positivo (spoiler!!! Aviso: falo de algumas surpresas de alguns filmes, se não quiser saber pule para o próximo parágrafo). Talvez não tão surpreendente como em "Por Detrás do Candelabro" com Michael Douglas e Matt Damon, no qual o pianista Liberace (Douglas) tem um fim melancólico e triste pela doença, ou de forma reveladora no filme que prometia ser apenas sobre uma velhinha ao mesmo tempo atrevida e simpática "Philomena" com Judy Dench.
Não que os filmes não sejam bons ou não mostrem o tema de "boa forma", mas acho que procuro os filmes como forma de sair um pouco da realidade. Também acabo um pouco constrangido em ver a percepção do outro algo que é tão íntimo meu. O mesmo não acontece quando leio matérias e blogues. Alguns documentários também foram bem interessantes. No ano passado, passou uma matéria na Globo News, e por mais duro que fosse, senti uma profunda simpatia pela que estava sendo mostrado.
Além disso o tema do contágio, doenças e sobrevivência parecem mais interessantes quando levados aos extremos. Sou grande fã de séries americanas, e tenho vido que é recorrente o tema sobre vírus e luta contra o contágio, além é claro da mudança da forma dos seres humanos existirem. Talvez seja mais legal enxergar na vampirice viral da Lady Gaga no America Horros Story - Hotel, como um HIV às avessas, ou nos Zumbis do The Walking Dead contaminados por um HIV do fim do mundo. Nesses casos, a fantasia e o medo são transformados em algo mais livre da realidade sem deixar de se relacionar com a mesma.
É um espetáculo diferente do que o será proposto daqui em diante pela grande mídia que tentará vender espaços publicitários a partir da exposição da "conscientização da população" do problema da AIDS e do HIV. É um espetáculo diferente da visão de um diretor ou roteirista sob o filtro da pena, do politicamente correto ou do condescendência. Sei do perigo de afirmar algo sem ter assistido. Um dia assisto, mas enquanto o destino não fizer eu estar na hora certa e no momento certo de assistir um filme desses, ficou eu com minha novelinha diária de exames, comprimidos e análises no espelho.

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